Atuação da fonoaudiologia devolve autonomia e qualidade de vida a pacientes com dificuldades para engolir e falar
9 de dezembro de 2024 - 11:13 #Disfagia #Fonoaudiologia #Hospital de Messejana
Assessoria de Comunicação do HM
Texto e fotos: Jessica Fortes
O estudante paraense, Hermano Loureiro Neto, de 30 anos, passou alguns meses internado no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará, à espera de um transplante de coração. Durante esse período, devido às condições da doença e à insuficiência cardíaca, Hermano enfrentou sérios desafios, como a disfagia — dificuldade para engolir alimentos e líquidos — e a perda total da voz.
A atuação da Fonoaudiologia foi primordial para a recuperação do estudante. Através das manobras adequadas foi possível garantir que ele voltasse a se alimentar com segurança. “Eu me engasgava muito, tossia bastante na hora de comer. A equipe da fono passou a me acompanhar, precisei seguir algumas recomendações e exercícios. Minha alimentação foi modificada para pastosa e, aos poucos, fui voltando a comer com mais segurança”, conta Hermano.
Hermano Loureiro perdeu a voz enquanto aguardava o transplante cardíaco e encontrou na equipe de Fonoaudiologia a reabilitação que precisava
Perder a voz foi outro grande desafio enfrentado pelo estudante. Ele relembra com angústia o período que ficou sem conseguir falar: “Um dia acordei completamente sem voz, não saia som nenhum. Fiquei muito preocupado. Além de esperar pelo transplante, estava sem voz. Minha filha mora em outro estado e nossa única forma de comunicação era pelo celular. Eu não conseguia conversar com ela, minha mãe que auxiliava. Foram momentos difíceis e sou muito grato à equipe que me acompanhou”, diz Loureiro.
O fonoaudiólogo Aércio Celestino, que faz parte da equipe de profissionais que atendeu Hermano no HM, explica o que aconteceu com o estudante. “Durante a internação, tratamos a disfagia utilizando algumas manobras. Muitos pacientes sofrem com essas condições por conta da intubação prolongada, pela idade, ou pela doença em si. Auxiliamos com exercícios de fortalecimento e com manobras durante a alimentação”, comenta.
A disfagia é uma condição comum em pacientes hospitalizados e pode levar à broncoaspiração, aumentando o risco de infecções pulmonar
“O problema da voz apareceu posteriormente”, relembra o profissional. A equipe precisou acompanhar diversos exames para entender a causa da disfonia – condição que altera a voz e que pode afetar a sua intensidade, tom e timbre. “Foi identificada uma paralisia da prega vocal. O nervo laríngeo, que permite a produção do som da voz, estava sendo comprimido devido ao aumento da área cardíaca. Ou seja, a recuperação completa da voz estava diretamente ligada ao transplante cardíaco”, relembra Aércio.
Enquanto o coração não chegava, Hermano encontrou na equipe multiprofissional a reabilitação que precisava. Recuperado, ele relembra agradecido: “Eu fazia fisioterapia respiratória para melhorar a falta de ar e exercícios de deglutição com a fono para fortalecer a musculatura, até o dia que meu coração chegou. Após o transplante fui recuperando a força na região e minha dieta foi progressivamente ajustada. Sou muito agradecido por todo o cuidado que recebi da equipe”, reforça.
A equipe de Fonoaudiologia do HM é composta por 11 profissionais do hospital e dois residentes que desempenham um papel fundamental em diversas áreas da unidade, como pediatria, Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), enfermarias e no Programa de Reabilitação Pulmonar, acompanhando os pacientes no “Coral Viva o Ar”.
Por meio de técnicas, exercícios, adaptação de consistências alimentares e orientações específicas, os profissionais buscam minimizar riscos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes
“Atuamos no processo de recuperação e reabilitação de pacientes de todas as idades, desde crianças, até adultos e idosos. Estamos em todas as unidades de internação prevenindo, avaliando, orientando, dando diagnóstico e auxiliando na reabilitando de sequelas, como a disfagia. Nossa missão é permitir aos pacientes a reconquista da autonomia e da qualidade de vida”, destaca a coordenadora do Serviço de Fonoaudiologia do HM, Joana Angélica Marques.