Hospital de Messejana recebe certificação nacional por redução de infecções na UTI
24 de julho de 2019 - 03:00
O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, do Governo do Ceará, recebeu certificado de redução de infecções na Unidade de Terapia Intensiva Respiratória Adulto. O certificado é emitido pelo Hospital do Coração (HCor), em parceria com o Ministério da Saúde/ PROADI-SUS, por meio do “Projeto Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil”. A certificação foi entregue durante o II Workshop Regional da colaborativa em Fortaleza, que ocorreu nos dias 11 e 12 de julho.
A UTI Respiratória Adulto do HM alcançou a meta proposta para três anos, reduzindo em 18 meses a densidade de incidência de Infecção do Trato Urinário Associado a Cateter Vesical de Demora (ITU-AC), de 6,61% para 0%. A redução foi de 100%. O setor também foi certificado por ter reduzido no mesmo período, a incidência de Infecção Primária de Corrente Sanguínea Associada a Cateter Venoso Central (IPCSL), de 1,8% para 0,3% e de Pneumonia Associada à ventilação mecânica (PAV), de 7,2% para 1,2%. Em ambos, a redução foi de 83%.
Os protocolos de segurança do paciente são imprescindíveis para uma rápida e eficaz recuperação. Com a adoção de protocolos, foi possível o HM reduzir consideravelmente e até zerar a incidência de casos de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS) na UTI Respiratória Adulto. A redução de infecções começou em 2017, quando a unidade passou a integrar o Projeto Colaborativo “Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil”. Em abril de 2019, a UTIR conseguiu reduzir 46% os casos de IRAS.
Resultados
A enfermeira e gestora do projeto no HM, Kamila Sindeaux, explica que os resultados alcançados estão bem acima da meta nacional. “Essa é primeira etapa da colaborativa, a meta era reduzir em 30% e nós já batemos a meta estabelecida para os 36 meses de projeto”, ressalta.
O coordenador de enfermagem da UTI Respiratória, Renato Bezerra, ressalta os benefícios dos resultados alcançados. “Reduzimos os dias de permanência do paciente na UTI e assim, reduzimos o uso de antibióticos e os custos hospitalares e consequentemente, aumentamos a rotatividade dos leitos e melhoramos a qualidade de vida dos pacientes. Esse trabalho tem dado sentido e estímulo ao nosso dia a dia e mais do que isso, garante uma assistência de qualidade e melhora a experiência dos nossos pacientes”, avalia.
Ações
Entre as ações realizadas que têm reduzido as infecções estão os constantes treinamentos, a implantação de protocolos que normatizam os cuidados com os pacientes e a estruturação de um time de observação, que diariamente avalia e monitora a adesão aos protocolos e aos diversos itens do pacote de diretrizes estabelecidos, como a realização da higiene oral, elevação de cabeceira, diminuição de sedação, entre outros.
“Com a assessoria do Hospital do Coração de São Paulo, foi possível reestruturar os processos e implantar diversas melhorias. Os treinamentos e a adesão aos processos de 95% da equipe, nós fechamos o primeiro ciclo do projeto de forma muito positiva. Foi graças ao trabalho preventivo da equipe multiprofissional que compõe a UTI, que nós estamos reduzindo as infecções”, avalia a médica diarista da UTIR, Raquel Feijó.
Próximos passos
Após os resultados alcançados, segue o acompanhamento contínuo das ações e metas. O próximo passo, é garantir a sustentabilidade das ações implementadas na unidade piloto e ampliar para as demais UTIs do hospital. Em setembro, os resultados da colaborativa que envolve 119 hospitais de todo o Brasil, serão apresentados em São Paulo.