Hospital de Messejana e a excelência no ensino

21 de outubro de 2014 - 03:00

Por Letícia Amaral

Há exatamente 30 anos o Hospital de Messejana recebia os primeiros estudantes de medicina para seu Programa de Residência Médica. Seis anos depois do início, o programa de ensino do Hospital de Messejana foi oficializado e passou a ser ligado a Comissão Nacional de Residência Médica. O resultado destas três décadas de história é que mais de 80% dos cardiologistas que atuam no Ceará provavelmente passaram pelo HM.

Atualmente o Hospital de Messejana  tem oito programas de residência médica, mais a residência multiprofissional. Os programas são nas áreas de cardiologia, cardiologia pediátrica, cirurgia cardíaca, cirurgia toráxica, pneumologia, ecocardiografia, broncoscopia e hemodinâmica. São oferecidas, a cada ano, 50 vagas para todos os programas juntos. E mais cerca de 30 vagas para residentes de instituições externas, com menor vínculo ao HM. “Boa parte das vagas para instituições externas absorvem acadêmicos de outros municípios e até de outros estados. Como exemplo,  temos estudantes de medicina de Sobral, Manaus, Recife, entre outros lugares, o que mostra nossa excelência no ensino”, declara Dr. Francisco Santos.

Atualmente são 42 residentes aprendendo e trabalhando na instituição, de acordo com o coordenador do programa , Dr. Francisco Rodrigues dos Santos Neto. Ele mesmo,  Dr. Santos, formado pela Universidade Federal do Ceará, cursou a residência em cardiologia aqui no Hospital de Messejana, entre 1987 e 1989. “Nunca mais saí do Hospital de Messejana. É uma cultura nossa formar médicos para o mercado e para o próprio HM. Pelo menos 70% dos nossos residentes em cardiologia são absorvidos para a equipe do hospital”.

Os residentes do Hospital de Messejana são admitidos através de concursos que são realizados sempre no início de cada ano. O processo seletivo é único e é organizado pela Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará numa parceria com a Comissão Nacional de Residência Médica. O processo sempre tem início com a abertura de um edital e culmina com a realização de um concurso público. Os candidatos selecionados são encaminhados às vagas no Hospital de Messejana e em outros hospitais, entre eles, o Hospital Universitário Doutor Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará. Os candidatos com melhores colocações escolhem onde querem cursar a residência.

No Hospital de Messejana a procura pelo Programa de Residência Médica é bem maior que a oferta de vagas. Como requisito, além da aprovação no concurso, os candidatos devem já ter realizado a residência em clínica médica, com duração de dois anos. A duração da maior parte dos programas é de 2 anos, com excessão para os programas de cirurgia cardíaca e toráxica, que é de 4 anos.

Os estudantes que fazem parte do programa de residência médica do HM cumprem uma jornada de 60 horas semanais de aprendizado e trabalho. A semana padrão tem aulas teóricas e práticas. Eles só não vêm ao hospital aos domingos. Para cada programa há um supervisor e em cada setor do hospital existem os médicos preceptores, que tem a responsabilidade de ensinar os discentes.

Vida de Residente do HM

A médica Isabelle Marques, natural de São Luís do Maranhão, formou-se pela Universidade Federal do Ceará. Com 30 anos, ela é residente do primeiro ano do Programa de Residência do Hospital de Messejana (R1), sob tutoria do Dr. Santos e da Dra. Carol Medina.  Isabelle foi aprovada para a residência do HM no concurso deste ano, 2014. . “É maravilhoso. Eu tinha passado em outro serviço, em São Paulo, mas optei por ficar aqui. Mais perto de casa”, diz Dra. Isabelle. E continua, falando da rotina de residente: “Este mês eu estou no serviço da Unidade I, que é um serviço de enfermaria. E estou também fazendo plantão na Sala de Parada Cardíaca, uma vez por semana. A rotina da gente é ver de 8 a 10 pacientes por dia. Você tem que dar conta de tudo: dos exames, das cirurgias dos pacientes, ver se está todo mundo estável”.

O médico Rodrigo Galvão também faz parte da turma de residentes dirigida pelo Dr. Santos. Doutor Rodrigo Galvão, de 28 anos, formou-se na Universidade Federal do Ceará e foi aprovado no concurso para o Programa de Residência do HM em 2013. Ele conheceu o hospital ainda na época da residência clínica, também realizada aqui no Hospital de Messejana. “Esses  dois anos foram de grande aprendizado e grande experiência profissional e pessoal. Estou tendo a oportunidade de conviver com pessoas diferentes e que somam conhecimentos para nos fazer crescer. Uma das grandes vantagens de ser residente de cardiologia daqui é que passamos por todos os setores que abrangem a cardiologia”, declara o residente Dr. Rodrigo Galvão, com orgulho.

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